Fabio Costa Pereira
Procurador de Justiça MP/RS
Caro amigo,
falo de um passado não muito distante, de um universo aparentemente livre, onde ideias podiam ser livremente expressadas.
Pelo menos é o que eu e outros incautos, flertando com a absurda inocência, achávamos.
Descobri, a duras penas, que isso estava longe de ser uma realidade e que o espectro da livre expressão limitava-se a concordar com o que a intelectualidade reinante, secundada por leais servos e guardiões, permitia-nos assumir como verdade.
Todo aquele que ousasse a divergir das verdades impostas, de forma métrica, ideológica e politicamente construídas, imediatamente eram rotulados, atacados em sua honra e capacidade de discernir, mantendo-se, assim, longe de qualquer debate os consensos impostos pela ratio dominante.
O outro que ousasse pensar diferente era visto como o inimigo a ser batido, não importando o meio utilizado para atingir tal objetivo e, muito menos, debater e refutar a ideia e argumentos por ele vertidos.
As Ideias libertadoras da escravidão intelectual imposta eram tratadas como verdadeiras doenças a erradicar, pois elas tinham o poder, por sua logicidade, de romper os grilhões da escravidão imposta pelo politicamente correto.
Não foi diferente comigo e nem com muitos outros como eu. Acordar do pesadelo onde pseudo-verdades consensuais perseguiam-me por todos os lados e as questionar publicamente, lançou-me em outro pesadelo, o de, de uma hora para outra, deixar de ser inteligente e cool e passar a ser um celerado “punitivista “, “coxinha”, “fascista” e outros apelidos que sequer valem a pena comentar.
Eis que os anos se passaram e muitos mais acordaram para a realidade, pois o onírico universo construído através do politicamente correto e a vida como ela é não guardam qualquer correlação de sincronia.
A espiral do silêncio foi rompida e o politicamente correto não mais viaja em céus de brigadeiro.
Verdadeiros tsunamis de logicidade e evidências empíricas vieram para varrer os vetustos consensos.
Portanto meu jovem punitivista, quando assim te chamarem , toma a ofensa como um elogio, pois, com certeza, aquele que te ofende sabe que não és um zumbi cujo cérebro foi inoculado pelo vírus mortal que aniquila a liberdade, chamado de politicamente correto.
Sucesso em tua longa vida!
Fábio Costa Pereira